terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Lynyrd Skynyrd - Parte II


Encerro hoje os textos que narram a história do grupo norte americano Lynyrd Skynyrd. No texto anterior, contei desde as origens do grupo até o trágico fim com o acidente de avião em outubro de 1977. Hoje, apresento o retorno da banda nos anos 90, e conto sua história até os dias de hoje.

A coletânea póstuma de muito sucesso nos EUA
Porém, começo falando sobre a coletânea Skynyrd's First And ... Last. Lançada em 1978, é uma coletânea somente de canções inéditas, registradas entre 1971 e 1972, as quais ficaram de fora do primeiro álbum do grupo, e que vale a pena ser citada pelo alto nível de qualidade do material aqui registrado. 

De todas as faixas, a inspiração sulista aparece apenas na alegre "Down South Junkin" (com a participação das The Honkettes, algo que ficou meio enigmático, já que o trio entrou para o grupo posteriormente), e nos boogies "Things Goin' On" e "Preacher's Daughter". O que chama mais a atenção é a participação de Rickey Medlocke nos vocais das lindas baladas acústica "White Dove" e "The Seasons", e também nas baquetas das pesadas "Lend a Helpin' Hand" e "Wino", essa última com Collins destroçando o wah-wah a la Jimi Hendrix, lembrando que Medlocke virou guitarrista fixo do grupo a partir da década de 90. 

Relançamento da coletânea aqui citada

Temos ainda a viajante "Was I Right or Wrong" e a emocionante "Comin' Home", trazendo uma performance vocal praticamente perfeita de Van Zant em ambas. O disco mostra um Skynyrd um pouco diferente do que nos habituamos a ouvir, e particularmente, considero um dos melhores do grupo. São solos e mais solos de guitarra com todo o calor pantanoso da Flórida, complementado por uma certa dose de peso que foi escassa nos discos anteriores. 

Mais um disco de platina para o grupo, sendo que o  LP em sua versão original tornou-se uma raridade, e vale a pena ser buscado principalmente pela quantidade de fotos inéditas incluídas no formato encarte-livreto. Esse álbum foi posteriormente renomeado para Skynyrd's First: The Complete Muscle Shoals Album com a adição de mais oito canções já lançadas anteriormente, porém em suas versões originais, o que deu uma pequena perda no charme original do LP.

Coletâneas póstumas e o ótimo ao vivo da turnè de 1987

Outras coletâneas, lançadas pouco depois do fim da banda, é a belíssima coletânea Gold & Platinum, abrangendo todos os álbuns citados na primeira parte, lançada em 1979, e The Best of the Rest (1982), trazendo somente canções que não foram hits, mas que são consideradas excelentes pelos fãs, e duas canções inéditas, as quais são "I've Been Your Fool" e "Gotta Go". Também é extremamente recomendado o filme Freebird ... The Movie, que conta a história do grupo durante os anos 70 de forma emocionante e muito bem feita.

Em janeiro de 1979, Billy Powell, Gary Rossington, Artimus Pyle e Allen Collins realizaram uma versão instrumental de "Free Bird" no evento Volunteer Jam, organizado por Charlie Daniels. Ainda em 79, Collins e Rossington criaram o projeto Rossington Collins Band. Posteriormente, Wilkeson e Powell passaram a fazer parte do grupo, junto da cantor Dale Krantz. A Rossington Collins Band durou três anos, lançando os álbuns Anytime, Anyplace, Anywhere (1980) e This Is the Way (1981).

A Roosington Collins Band, com membros da Lynyrd Skynyrd

O final da Rossington Collins Band, em 82, gerou novos projetos, como a The Rossington Band,​ Artimus Pyle Band,​ Allen Collins Band e Vision. Porém, em janeiro de 1986, Collins  se acidenta com seu automóvel. No acidente, sua namorada falecei, enquanto Collins ficou paralítico.​ O guitarrista faleceu em janeiro de 1990, vítima de pneumonia. Em 1987, o Lynyrd Skynyrd reune-se novamente no Volunteer Jam, tendo na formação Leon Wilkeson (baixo), Billy Powell (piano), Gary Rossington (guitarra), Artimus Pyle (bateria), Ed King (guitarra), Randal Hall (guitarra) e o irmão mais novo de Ronnie, Johnny Van Zant (vocais), além dos vocais de apoio femininos Carol Bristow e Dale Krantz.​ Essa formação fez uma pequena turnê de 32 shows, registrada no ótimo Southern by the Grace of God (1988), que chegou na posição 68 da Billboard, e conta com uma linda versão de "Free Bird", cantada apenas pelo público, enquanto a banda faz a parte instrumental.

Cerca de catorze anos se passaram desde o acidente, a retomada da "marca" original causa certo impacto perceptível como a voz de Johnny: apesar de muito semelhante à de Ronnie, sentia-se que era algo completamente diferente. Comparado com os discos anteriores, 1991, lançado em 1991 pela Atlantic Records, fica em dívida e isso não é necessariamente algo imperdoável, uma vez que, mesmo com parte da formação original (estão lá Ed King e Gary Rossington nas guitarras, Billy Powell no piano, Artimus Pyle na bateria e Leon Wilkeson no baixo), e Johnny carregando o carisma e talento do sangue Van Zant (família invejável, aliás), além de Randal Hall na guitarra, Kurt Custer na bateria e mais um trio de vocais femininos, eles não chegavam perto do "dream team" que explodira em sucesso vinte anos antes. 


O primeiro álbum de estúdio em 14 anos, e uma nova banda nasce nos anos 90

Talvez um estranhamento que se deve muito mais pela distância temporal que separava o álbum de retorno de Street Survivors, uma lacuna que ia do final dos 70's até a nova sonoridade que se instaurava na década que dava título ao disco, passando por toda a década de 80, provavelmente a mais prolífica e característica da história da música (ao menos, comercialmente falando), mas é fato que o choque foi sentido por todos os que aguardavam por esse retorno. 

Além disso, é intrigante que os trabalhos dessa nova formação seguem certo "padrão", com músicas rápidas, com uma pegada bem Hard Rock, uma ou duas baladas (no mínimo) e alguma música falando sobre "pássaros", "voar" e "simplicidade", quase como uma referência ao legado dos primeiros discos do grupo, deixando a dúvida se seriam questões meramente comerciais para cativar um público "órfão" dos primeiros trabalhos ou mero saudosismo romantizado pelos próprios membros (o que não deixa de ser coerente, haja visto que todos se viam como uma família, sendo bem ligados em valores como a liberdade e a união de todos eles). 

A formação dos anos 90: Ed King, Leon Wilkeson, Gary Rossington, Johnny Van Zant,
Kurt Curtes, Artimus Pyle, Randall Hall e Billy Powell

Nisso, 1991 consegue o êxito de ser um retorno digno para o grupo. Suas onze faixas (uma para cada ano, coincidentemente) são pulsantes e honestas, apesar de ainda não trazerem nada de marcante como o esperado para a ocasião. Apesar de parecer uma tentativa não muito bem sucedida de emplacar uma nova "Simple Man", a balada "Pure & Simple" é bela e agradável, destacando-se no álbum junto com seu encerramento, "End of the Road", e a agitada "Keeping the Faith".

O disco foi um fracasso comercial, e nem a turnê de promoção foi rentável. Pyle acabou deixando o grupo por problemas de drogas e álcool, sendo inclusive processado por assédio sexual de menores. Nesse ano, sai o Box Lynyrd Skynyrd (1991), com um belo apanhado de canções do grupo entre 1970 e 1977, distribuídos em três CDs. O grupo seguiu como hepteto, e em 1992, começa a gravação do segundo disco da nova fase, lançado em 16 de fevereiro de 1993. 


Segundo álbum pós-retorno nos anos 90

The Last Rebel deixa claro que a volta era pra valer, com um material lançado bem mais interessante que o anterior, mostrando que o grupo possuía potencial criativo à altura do nome que carregava. Pelo menos duas músicas entram fácil em qualquer lista de melhores do grupo, como a faixa título, "The Last Rebel", e a crescente "Born to Run", que encerra o álbum com seu solo de guitarra que lembra, na construção, "Free Bird". Temos ainda a belíssima balada "Love Don't Always Come Easy", também das melhores do grupo.

Antes da turnê, o grupo encerrou seu contrato com a Atlantic, e na sequência, Hall foi despedido do grupo. A turnê teve como atrativo clássicos na versão acústica, o que levou os remanescentes a pensarem em um novo projeto, contando com o novo guitarrista Mike Estes e também Owen Hale, substituindo Custer.

Terceiro álbum e terceira formação diferente pós-retorno

Endangered Species é o oitavo álbum no geral e resgata material da sua fase áurea, porém em um formato praticamente acústico, com as bases sendo levadas por violões e piano. Nele, estão clássicos como "Down South Junkin'", "Saturday Night Special" (Nuthin' Fancy), "Sweet Home Alabama" (Second Helping), "I Ain't the One", "Things Goin' On", "Am I Losin'" e "Poison Whiskey" (todas de (Pronounced ‘Lĕh-’nérd ‘Skin-’nérd)), com o vozeirão de Van Zant chamando bastante a atenção. 

"The Last Rebel" também recebeu uma cara nova, bem como o Lynyrd grava uma versão para "Heartbreak Hotel". Complementam o álbum as inéditas "Devil in the Bottle", "All I Have is a Song", "Good Luck, Bad Luck" e "Hillbilly Blues", todas mantendo o nível lá em cima, parecendo que estamos em um bar da Flórida, cercados por brancos cabeludos, bebendo uísque e curtindo o calor de uma tarde de verão.

O álbum ao vivo lançado somente na Europa
A turnê do grupo levou a gravação do ao vivo Southern Knights, lançado agora em mais um novo selo, o SPV Records, e lançado apenas na Europa. O álbum foi mais um fracasso comercial. 

Ocorre também o lançamento da coletânea Old Time Greats, com sucessos dos anos 70, em 1997. Estes e King abandonaram o Lynyrd, King por problemas no coração, e foram substituídos por Rickey Medlocke e Hughie Thomasson. Uma nova voz feminina foi adicionada aos backings, Carol Chase, e assim, é gravado o nono disco do Lynyrd.

O penúltimo álbum nos anos 90, e mais uma nova formação
Twenty chegou às lojas vinte anos após o acidente trágico que acabou com a o grupo, é lançado o novo álbum.Em Twenty, temos a re-estreia de Rickey Medlocke nas guitarras, o que trouxe mais vigor para as canções, principalmente para os duelos de guitarra, além da estreia de Hughie Tomasson no lugar de Ed King, o qual saiu da banda no meio da excursão de Endangered Species

O investimento acústico está presente em "Voodoo Lake" e em momentos de "Never Too Late", enquanto a introdução da balada "Blame It on a Sad Song" certamente nos leva para a inrodução de "Free Bird". O grande momento desse disco é o duelo vocal dos irmãos Van Zant na faixa "Travellin' Man". Através da "modernidade", foi possível unir uma gravação com Ronnie Van Zant e intercalar a voz de Johnny. Outros bons destaques ficam por conta de "We Ain't Much Different", "Talked Myself Right Into It" (com inclusão de metais) e "O. R. R.". 

Leon Wilkeson, Billy Powell, Johnny Van Zant, Highie Thomasson e Ricky Medlocke (em pé);
Gary Rossington e Owen Hale (sentados). Formação de Twenty.
Na sequência, o grupo saiu em mais uma turnê, a qual está gravada no ótimo Lyve from Steel Town, que também saiu em DVD e foi o único disco dessa década a conquistar ouro. Duas mudanças na bateria ocorrem praticamente na sequência. Owen Hale deixou o grupo e foi substituído por Jeff McAllister, e na sequência, Kenny Aronoff entra no lugar de McAllister.

Encerrando os anos 90 com mais uma formação
Edge of Forever, lançado em 1999, mostra uma nova face para o grupo, bem mais pesado do que seus antecessores e fugindo bastante das características Southern do Skynyrd enquanto música, apesar das letras continuarem falando sobre luas, dinheiro e mulheres. Aronoff manda a ver nas pancadas "Full Moon Night", "Throught it All", "Workin'" e na faixa-título. 

A safadeza sulista é guardada para "FLA" e "Money Back Guarantee", sendo que ambas empolgam principalmente pelas linhas de slide, que também estão presentes em "Gone Fishin'" e "Preacher Man", a última possuindo um riff bem hard. As baladas também têm seu espaço, através da melosa "Tomorrow's Goodbye" e da bonita "Rough Around the Edges". 

É impossível não lembrar dos anos 70 ao ouvirmos "G. W. T. G. G." e "Mean Streets", talvez as melhores canções do álbum, únicas a realmente ter a "alma" do Southern Rock. Um disco mediano, bem longe de merecer um status de álbum do Lynyrd, mas que por outro lado, tem seus méritos principalmente pelo grupo conseguir encontrar uma nova linha de composição, mantendo o trio de guitarras como o centro das atenções.

Christmas Time Again, somente com canções natalinas

Logo em seguida, é lançado Christmas Time Again, que traz canções com citações natalinas, e foi lançado em setembro de 2000 apresentando um novo baterista, Michael Cartellone, além de uma série de músicos convidados. São onze canções relativamente curtas, que apresentam os temas natalinos com o clima Southern de forma que soa muito bem aos ouvidos. Duas delas não são atribuídas para o Lynyrd, mas para o .38 Special ("Hallelujah, It's Christmas") e Charlie Daniels ("Santa Claus is Coming To Town"). 

O maior destaque ficou para a bela balada registrada na faixa-título, e para a emocionante recriação ao piano da peça clássica "Greensleeves". Ainda temos mais uma balada, "Mama's Song", com Van Zant mostrando todos seus dotes vocais, e "Classical Christmas", levada apenas por violão, percussão e um mini-coral infantil. No mais, a diversão é garantida, com solos de guitarra e piano fazendo um rock 'n' roll básico e recriando clássicos do cancioneiro natalino norte-americano como "Santa's Messin' With the Kid", "Rudolph, The Red Noosed Reindeer", a adaptação para "Run Rudolph Run", de Chuck Berry (aqui chamada de "Run Run Rudolph"), "Santa Claus Wants Some Lovin'", e que vale não só como um álbum para completar a coleção, mas também para ser ouvido no final do ano, ao lado da família durante os festejos tradicionais de dezembro. 

O encerramento, com "Skynyrdy Family", é talvez o momento mais divertido de todo o álbum, em um clima de festa dentro de silo, garrafa de uísque derrubadas e tudo o mais que conhecemos dos filmes de fazendeiros norte-americanos. Vale ressaltar que esse foi o último álbum a ter a participação de Leon Wilkeson. 

O baixista, apesar de creditado no álbum, acabou não registrando nenhuma linha de baixo (que ficou a cargo de Mike Brignardello), pois estava com problemas de saúde, mas o grupo fez questão de citá-lo. Wilkeson veio a falecer em 27 de julho de 2001, vítima de hepatite crônica e doenças pulmonares.

Último álbum com registros de Wilkeson no baixo

Tendo Ean Evans no lugar de Wilkeson, Vicious Cycle chega ao mercado em 2003. É o álbum mais longo da carreira do Lynyrd. Pelos mais de setenta minutos, temos uma banda inspirada, com composições longas e recheadas de novidades, como as cordas em "Crawl", "The Way", ótima canção, com diversas mudanças no seu andamento, e que foi o último registro com Leon Wilkeson no baixo, sintetizadores (e um pouco de cordas) na oitentista "Life's Lessons" e os metais nas alegres "Rockin' Little Town", "Sweet Mama" e "Pick 'Em Up", a última com a participação especial de Tom Hambridge nos vocais, e com dois belos duelos de guitarra. 

Adoro os estalos de vinil no início de "That's How I Like It", com o slide comendo solto e mostrando que os riffs pesados de Edge of Forever continuam se sobressaindo, assim como "All Funked Up", que parece ter saído de algum álbum do Bon Jovi, "Mad Hatter", destacando o baixão de Evans, uma homenagem para Wilkeson, e na quase grunge "Jake". 

Por outro lado, sempre há espaço para uma balada, e aqui, "Lucky Man" (outra canção a contar com o baixo de Wilkeson), "Hell or Heaven (trazendo um quarteto de cordas) e "Red, White and Blue (Love It or Leave)" são as responsáveis por melar as calcinhas das meninas, sendo que o single da última figurou na ponta da parada da Billboard durante alguns dias. O disco também foi o único do grupo, até então, a entrar na parada da Billboard em boa posição - 30a. Complementam esse bom disco "Dead Man Walking", e a versão japonesa ainda conta com uma versão para "Gimme Back My Bullets", com Kid Rock nos vocais.

Rickey Medlocke, Gary Rossington e Ean Evans no show do Super Bowl
(Michael Cartellone ao fundo)

Da turnê desse álbum, foi lançado o ao vivo Lynyrd Skynyrd Live: The Vicious Cycle Tour (2003), e no mesmo ano saiu a coletânea Thirty, com vários clássicos da carreira do grupo, que entrou em um longo hiato de seis anos até lançar material novo. Porém, nesse período continuaram a fazer shows, destacando a apresentação no Super Bowl em 05 de fevereiro de 2005, já sem Thomasson nas guitarras (o qual saiu temporariamente do grupo para reformular o grupo Outlaws). Thomasson faleceu no dia 09 de setembro de 2007, vítima de um ataque do coração.

No ano de 2006, o Lynyrd Skynyrd entra na Rock 'n' Roll Hall of Fame. No show da indução à Calçada da Fama, a formação então atual do Lynyrd, adicionada de Ed King, Bob Burns, Artimus Pyle e as cantoras JoJo Billingsley e Leslie Hawkins, tocaram "Sweet Home Alabama" e "Free Bird". Mark Matejka foi o escolhido para substituir Thomasson, mas mais duas perdas ocorrem. Billy Powell falece em 28 de janeiro de 2009, também por conta de um ataque de coração, enquanto Ean Evans faleceu em 06 de maio de 2009, vítima de câncer. O grupo segue na ativa, e com Peter Keys complementando o piano (algumas partes já gravadas por Powell) e Robert Keans no baixo (com Evans tendo gravado algumas partes), God & Guns é lançado ainda em 2009.

God & Guns, colocando novamente o Lynyrd Skynyrd entre os 20 mais da Billboard

É um álbum bem diferente dos álbuns dos anos 70, consolidando de vez o poder e o peso que tanto se destacam nos álbuns com Johnny Van Zant, e em nada lembrando a banda Southern dos anos 70. As canções em sua maioria são mais curtas que em Vicious Cycle, e a abertura com "Still Unbroken" já é uma bigorna pesadíssima, com as guitarras, baixo e bateria destacando-se e muito, sendo que John 5 (Marilyn Mason, David Lee Roth, entre outros) acompanha a banda como músico de estúdio, e o peso continua com "Little Thing Called You", apresentando uma ótima passagem com guitarras gêmeas, "Skynyrd Nation", tendo Van Zant dividindo os vocais com Medlocke, todas ótimas canções, para sair pulando pela casa facilmente. 

Por outro lado, temos canções muito comerciais, no caso "Storm", "Simple Life", que virou um single, assim como a canção de abertura, "Comin' Back for More" e "That Ain't My America", outro single do álbum, além de momentos mais leves em "Southern Ways" (caprichando nos vocais de apoio), na longa introdução acústica da faixa-título (que torna-se uma pancada sem dimensões posteriormente), e novamente cordas em mais duas canções, as baladaças "Unwrite That Song" e "Gifted Hands". 



Carol Chase, Peter Keys, Mark Matejka, Dale Krantz-Rossington, Gary Rossington, Johnny Van Zant,
Michael Cartellone, Rickey Medlocke e Robert Kearns

O que chama mais a atenção é a participação de Rob Zombie na soturna "Floyd", canção que poderia facilmente estar em algum álbum de Doom Metal ou algo no estilo. O melhor disco do Skynyrd pós-retorno, tanto que atingiu a posição 18 da Billboard, e a 36 no Reino Unido! O grupo excursionou pela Europa e Estados Unidos, sendo o show no Freedom Hall de Louisville registrado no CD/DVD Live from Freedom Hall (2010).

O grupo passou pela primeira vez no Brasil em 2011, durante o SWU Music & Arts Festival na cidade de Paulinia (São Paulo), e no ano seguinte, lançou o último álbum (até o momento). Com um novo baixista, Johnny Colt, novamente com John 5 nas guitarras adicionais, Last of a Dyin' Breed (2012) é um álbum muito bom de se ouvir. Apesar da tentativa de retorno ao estilo Southern na faixa-título, em "Life's Twisted" e nos boogiezões modernos de "Mississippi Blood" (com os vocais de Medlocke) e "Nothing Comes Easy", a última com grandes momentos no slide e no dueto de guitarras.

O último álbum de estúdio até o momento

O álbum segue a linha de composição do seu antecessor, trazendo baladas em "Ready to Fly" (incluindo um pequeno quarteto de cordas) e "Something to Live For", e riffs pesados para "Homegrown", com efeitos na voz de Van Zant, e "Honey Hole", essa com mais dois grandes duelos de guitarra, e ainda um boogie arrastado em "One Day at a Time".

O wah-wah come solto em "Good Teacher", destacando também a linha de baixo e o hammond, e o encerramento fica por conta de "Start Livin' Life Again", levadas por violões carregados de slide e a marcação de um chimbal em um blues de alto nível para um álbum de alto nível, o qual possui uma edição limitada com quatro bônus: "Poor Man's Dream", "Do It Up Right", "Sad Song" e "Low Down Dirty". O disco chegou na décima quarta posição na Billboard, a melhor desde Street Survivors. Infelizmente, no dia 3 de abril de 2015, o baterista original do grupo, Bob Burns, faleceu vítima de um acidente de trânsito. 

O grupo  anunciou, no último dia 25, que estará encerrando suas atividades esse ano. Uma pena que a bandeira dos Estados Confederados não continue tremulando pelos palcos americanos, resgatando o estilo Southern da década de 70. Mas fica para a história uma das maiores bandas que os Estados Unidos pariu!

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