quinta-feira, 20 de junho de 2013

Maravilhas do Mundo Prog: Emerson, Lake & Palmer - Karn Evil 9 [1973]







E chegamos a 1973, o Anno Mirabilis do trio Emerson, Lake & Palmer. Depois de três grandes lançamentos (Tarkus, Pictures at an Exhibition e Trilogy), cada qual contendo pelo menos uma Maravilha Prog ("Tarkus", "Pictures at an Exhibition" e "The Endless Enigma" respectivamente), Keith Emerson (teclados, sintetizadores, moog, órgão), Greg Lake (baixo, vocais, guitarra) e Carl Palmer (bateria, percussão) concentraram forças para criar um dos principais álbuns do rock progressivo: Brain Salad Surgery.



Com a grana conquistada em seus álbuns anteriores, os britânicos estavam no topo da carreira e da fama, o que permitia várias extravagâncias, dentre elas, a criação do selo Manticore, em parceira (primeiramente) com a Island Records. Porém, o contrato entre ambas acabou sendo dissolvido, deixando a Manticore sob a responsabilidade da gigante Atlantic Records. De qualquer forma, era mais uma maneira de uma verba extra surgir nos cofres de Emerson, Lake e Palmer.

Passada a extensa turnê de divulgação de Trilogy, durante o verão inglês começou a ser gravado aquele que é considerado a obra-prima do progressivo criado pelo trio, tendo uma parceria muito importante a partir de agora, advinda do letrista Peter Sinfield. Colaborador também com o King Crimson, é Sinfield o responsável por criar as letras desse incrível LP, que contendo apenas cinco músicas, apenas uma delas não é digna de ser reconhecida como uma Maravilha Prog, o country "Benny, The Bouncer". Porém, todas as demais possuem o respeito dos admiradores progs. "Tocatta" por exemplo, já foi apresentada aqui nessa seção.

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O palco da turnê de Brain Salad Surgery


O álbum abre com "Jerusalem", composição do compositor e historiador de música Hubert Parry, adaptada pelo trio de uma forma soberba, incluindo uma parte do poema And did Those Feet in Ancient Time do pintor e poeta William Blake, privilegiando o órgão e os vocais de Lake, e segue com a já citada "Tocatta", um espetáculo progressivo com uma performance impecável de Emerson e Palmer. Na sequência, Lake exibe seu vozeirão com a acústica "Still ... You Turn Me On", seguida por "Benny, The Bouncer", com o piano fazendo as honras da casa como se estivéssemos em uma taberna no Texas.


Então, para concluir o Lado A, eis que surge a grandiosa Maravilha Prog "Karn Evil 9". Dividida em três movimentos (chamados impressões), esta é a maior canção que o ELP registrou, com quase trinta minutos de duração, os quais ocupam nove minutos no Lado A, e todo o lado B, e narram a história de um planeta futurista, Ganton 9, contando o surgimento deste mundo, com os bons e os maus sentimentos, e avança para um futuro distante, no qual todas as formas de mal e decadências foram banidas, estando apenas as decadências em uma prisão, apresentadas aos seres humanos através de uma exposição que lembra um Carnaval (daí a origem do título "Karn Evil", uma pequena alteração com "Carnival", que significa carnaval em inglês).


No futuro, os computadores desse planeta passam a conspirar contra os humanos, e resolvem aprisioná-los. Surge assim uma terrível guerra entre homem e computador, cujo final possui diferentes interpretações. Para alguns, os humanos são os vencedores, enquanto para outros, os computadores derrotam os humanos. Segundo Sinfield, a interpretação original diz que os humanos ganham a guerra com o auxílio dos computadores, os quais, aliados aos humanos, também tornam-se vencedores. A música foi toda criada por Emerson, enquanto os méritos da (viajante) letra vão para Lake (primeira impressão) e a parceria Lake/Sinfield (terceira impressão).
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Mais uma visão do belo palco da turnê


O início da história (e da suíte) começa com o órgão fazendo seu dedilhado inicial, em um dos riffs mais conhecidos do rock progressivo, trazendo a escala de baixo e a bateria. Lake grita agressivamente a letra sobre Ganton 9, em uma fria e enevoada manhã na qual os seres desse planeta viviam sob o poder da ganância e da pressa, construindo aberrações apenas para satisfazer o ego, após um pequeno tema que repete-se para cada estrofe gritada por Lake, e rapidamente, chegamos no encerramento da primeira parte da letra, com Lake gritando "I'll be there, I'll be there, I will be there" (o narrador portanto faz parte da história)


Uma ponte instrumental com o órgão fazendo o solo leva para a segunda parte da letra, na qual os seres tentam fugir desse mundo de escravidão do poder, rezando para que aquilo tenha fim, agora com o tema central repetindo-se e o moog aparecendo ao fundo da voz de Lake. A segunda parte também é encerrada com o "I'll be there", e a canção muda sua dinâmica.


O moog passa a solar sobre um andamento cavalgante, com Palmer dando shows nas viradas, e retornamos ao tema central entre as escalas de Lake e as viradas de Palmer. Uma rufada impressionante acompanha a terceira parte da letra, perguntando quem poderia salvar os escravos do poder, enquanto baixo, moog e órgão fazem uma marcação idêntica, encerrando essa terceira parte com mais uma série de "I'll be there", na qual o narrador finalmente se manifesta como sendo o responsável pela salvação dos refugiados.


Batidas no gongo e longos acordes de órgão começam mais um pequeno trecho instrumental, no qual o moog valvulado faz um tema repetitivo, enquanto ao fundo, baixo, bateria e órgão repetem a mesma sequência de notas e batidas ao mesmo tempo.


Esse pequeno trecho encerra-se com o órgão e o baixo fazendo pequenas escalas, sempre com breves interferências do moog, que volta a solar com pequenos fraseados, enquanto órgão, baixo e bateria fazem intervenções.
Greg+Lake+lake
Greg Lake


Órgão, baixo e bateria comandam o ritmo para Lake surgir com a quarta parte da letra, já no futuro, mostrando algumas das aberrações que viram atrações do carnaval a ser apresentado para os que não passaram pela experiência da escravidão (barreiras, bispos loucos, guerreiros supersônicos, bombas em carros, a miséria do homem, dançarina em uma caixa, e a mágica de tirar Jesus de uma cartola) sobre um ritmo agitado, no qual o moog solta seus uivos, e temos também uma diversidade de viradas, rufadas e escalas advindas por todos os lados das caixas de som.


A guitarra timidamente aparece fazendo as mesmas notas que o baixo, e assim, Lake exibe-se com um solo no instrumento, repetindo notas sem nenhuma velocidade, enquanto ao fundo, órgão e percussão fazem uma base repetitiva. O tema criado pela guitarra na sequência é muito bonito, ainda mais complementado pelas mudanças de acordes do órgão e do andamento criado por Palmer, que faz viradas e batidas nos pratos com uma velocidade impressionante. O solo de guitarra encerra-se com uma série de notas feitas ao mesmo tempo por guitarra, órgão e baixo, enquanto a bateria é debulhada pelas mãos de Palmer, deixando apenas o moog valvulado com notas saltitantes (que originalmente encerram o lado A de Brain Salad Surgery, e também aquilo que convencionou-se chamar de primeira parte da Primeira Impressão).


Essas notas sintetizadas e o acompanhamento percussivo nos trazem o Mestre de Cerimônias do Carnaval com a famosa frase: "Welcome Back My Friends, to the Show That Never Ends" (dando início a segunda parte da Primeira Impressão), e aqui podemos ver que Lake diminuiu um pouco o tom de sua voz, a qual estava incrivelmente alta na primeira parte (o que foi exigido por Emerosn, para simbolizar a agonia e a fúria dos que viviam em Ganton 9). O órgão surge com os acordes que apareciam na quarta parte da letra, e assim, guitarra, baixo e bateria passam a fazer o ritmo para o Mestre de Cerimônias chamar as pessoas para o espetáculo.
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Carl Palmer


Guitarra e órgão executam uma nova escala, juntamente com baixo e o moog valvulado, da qual o órgão recebe espaço para solar, alucinadamente, com um ritmo jamais ouvido nas canções do trio. É impossível não se contagiar com a levada criada pelo grupo, principalmente Palmer, até que repentinamente, a guitarra surge com o tema que encerrou a primeira parte da primeira impressão, viajando do lado esquerdo da caixa de som para o lado direito em um efeito muito viajante, e após a sequência de escalas, Palmer mostra seu virtuosismo com batidas nas caixas e tons que vão além do que um ser humano consegue fazer.


Lake continua a letra, anunciando as atrações (um cortador de grama, execução da rainha egícia com uma guilhotina, sete virgens e uma mula) enquanto Emerson acrescenta o piano ao ritmo agitado da canção, e a segunda parte da primeira impressão chega ao seu final após o Mestre de Cerimônias pedir: "Come on see the show", e com uma série de batidas feitas igualmente por baixo, órgão e bateria, soltar o "See the show" final com uma imponência que faz até os gigantes se curvarem.
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Keith Emerson viajando com seus instrumentos

A segunda impressão é totalmente diferente da primeira, a começar que ela é totalmente instrumental. Explorando as habilidades jazzísticas do trio, ela tem Emerson solando ao piano, Lake fazendo escalas muito velozes e Palmer, como sempre, deixando-nos aquela pergunta se ele realmente é feito apenas por dois braços e duas pernas.




Depois do início jazzístico, a canção muda, ganhando um ritmo caribenho, inclusive nos efeitos do moog valvulado de Emerson. O piano passa a acompanhar a insana vibração tribal emanada pelo grupo, e podemos ouvir uma voz de criança convidando o pais para irem ao show (voz esta gravada por Emerson).


Dedilhados de piano encerram esse trecho jazzístico/tribal, que inclui citações para "St. Thomas" (original de Sonny Rollins) e então, chegamos na segunda parte da segunda impressão, a qual começa primeiramente apenas com o piano sendo levemente dedilhado. Baixo e piano fazem um tímido duelo, cercados por diversos barulhos, e assim, uma espécie de tango é apresentada por Emerson ao piano, seguido por uma breve valsa, e estourando em uma agitada sessão com o piano solando virtuosisticamente. Aqui, reparem também para a velocidade das escalas de Lake, e como Emerson está em um nível acima em comparação com outros nomes do progressivo quando se fala em tocar rock adaptando as linhas da música clássica. Seus dedos batem as teclas do piano com uma precisão incrível, e a velocidade com que isso é feita demora para ser calculada.




O solo é quebrado por uma batida na caixa, e então, o moog valvulado surge como que em uma espécie de marcha de guerra, fazendo um tema acompanhada pelo rufo da bateria. É o início da terceira impressão. Lake passa a cantar, agora com o homem de Gangton 9 estando solitário, vivendo sob a tensão e o medo, e principalmente, vendo que o que ele construiu está sendo demolido através de uma máquina que ele mesmo construiu, e agora não tem mais o domínio (o computador), com o órgão e o moog imitando a melodia da sua voz, e ao fundo, o acompanhamento não é tão agitado quanto o da primeira impressão.


Lake canta duas estrofes, e no encerramento da segunda, pede para o homem não se render ao poder da máquina, e assim, podemos ouvir os computadores se manifestando (as vozes computadorizadas foram gravadas por Emerson), dizendo: "Perigo! Estranho! Carregue seu programa! Eu sou você". Imagino o quão incrível e assustador deve ter sido para os ouvintes quando o álbum foi lançado, ouvir o computador falando da forma como ele fala. A guerra então começa, com o homem desejando ver os computadores destruídos.
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Lake e o famoso tapete persa (Emerson e Palmer ao fundo)


O moog valvulado fica sozinho, executando o tema marcial, seguido por uma série mais agitada da bateria, órgão e baixo, simbolizando a guerra entre computadores e os homens. Esse tema é repetido, chegando em uma série de notas marciais sincronizadas por baixo, moog e bateria, das quais o órgão faz um triste tema, explodindo no magistral solo de órgão, lembrando os tempos de Emerson a frente do grupo The Nice. É genial como Emerson simboliza os computadores através do moog valvulado e o homem através do órgão. Palmer soca o prato de andamento, enquanto Lake vira o baixo do avesso com suas escalas. Palmer acompanha as mudanças de acordes do órgão ora atacando os pratos, ora atacando os tons, e sempre rufando na bateria.


Mais notas sincronizadas nos levam ao maluco trecho central da terceira impressão, no qual, sobre a rufada impressionante de Palmer, e o acompanhamento de Lake, o órgão solta uivos agonizantes, e por diversas vezes, baixo, órgão e bateria estão temporariamente sincronizados. Longos uivos do órgão acompanham as viajantes notas do moog, em uma batalha sangrenta e feroz entre o homem e o computador, e de-lhe viradas e rufadas por parte de Palmer, enquanto Lake fica fielmente repetindo a mesma escala.
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Keith Emerson


A tensão é geral, e a batalha encerra-se instrumentalmente com um show de rufadas por parte de Palmer, com baixo e órgão fazendo marcações, trazendo a sensacional estrofe de encerramento da letra.


Sobre o andamento inicial da terceira impressão, temos a discussão do homem com o computador, como que no final de uma batalha épica na qual os dois grandes líderes enfrentam-se diante da morte. O homem da indícios de sua vitória: "Alegre-se, a vitória é nossa, nossos jovens homens não morreram em vão ... eu sou tudo o que existe", e o computador responde: "Negativo, primitivo, limitado, eu deixo você viver!". O homem responde: "Eu te dei a vida" e o computador insiste "O que você poderia fazer?". O homem complementa "Fazer o que era direito", e assim, o computador encerra a discussão com uma frase que diz muito: "Eu sou perfeito. Você é?", concluindo a suíte com uma série infinita de notas, as quais vão aumentando de velocidade até atingir um nível impossível de ser aguentado, muito agudo, simbolizando a perfeição do computador, capaz de atingir metas que o homem sozinho jamais conseguiria atingir, e aqui temos exatamente o momento que encerra essa magistral e genial suíte.
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Carl Palmer, badalando o sino com a boca


Para poder interpretar "Karn Evil 9" ao vivo, o trio apresentou roupas e instrumentos muito extravagantes. Quanto as roupas, Lake aparecia de terno branco, Palmer com os cabelos cortados e mostrando seu corpo sob um kimono japonês e Emerson trajando uma roupa futurista, lembrando as roupas de astronautas.


Nos instrumentos, Palmer foi o mais "simples" dos três, utilizando um kit que o circundava por completo, com mais de trinta peças, a maioria delas ornamentadas, contendo entre outros um bumbo de 26 polegadas, tons de 8 a 15 polegadas e dois gigantescos gongos suíços com dragões impressos em suas partes traseiras, um sino de tamanho regular dependurado no centro do kit (com o qual Palmer puxava seu badalo com os dentes para poder tocá-lo), além de pratos flamejantes. Tudo isso montado em um kit que girava 360° durante o solo na primeira impressão de "Karn Evil 9".

Lake com a Zemaitis double neck
Lake desde a turnê de Trilogy já utilizava o famoso tapete persa avaliado em milhões de dólares, que era carregado exclusivamente por um único roadie, responsável por retirar o carpete de dentro do seu estojo confeccionado apenas para o mesmo, e estendê-lo sobre os fios, evitando que Lake levasse algum choque (algo que o baixista possuía grande pânico).


Mas para essa turnê, encomendou ao luthier Tony Zemaitis um instrumento extravagante de dois braços, com o baixo na parte superior e a guitarra na parte inferior. Porém, o instrumento ficou muito pesado para Lake, que utilizou o mesmo em pouquíssimos shows no início da gigantesca turnê de promoção de Brain Salad Surgery, adotando posteriormente apenas uma guitarra também criada por Zemaitis, em um modelo parecido com a Les Paul, e tendo a frente metaliza. Um pequeno vídeo com Lake empunhando o double neck pode ser conferido aqui. Seu valor hoje gira em torno de quinze mil libras (algo como cincoenta mil reais).

Já Emerson foi ainda mais longe, e encomendou um piano voador, no qual, durante a apresentação de "Pictures at an Exhibition", ele saía detrás de seu órgão (após esmurraçar o mesmo) e corria até o piano, localizado na parte esquerda da plateia. O mesmo levantava voo e, repentinamente, começava a girar 360° na vertical, com Emerson o tocando por diversas vezes de cabeça para baixo. Esses instrumentos um tanto quanto bizarros representavam a demência apresentada durante o "Carnaval". 

A turnê foi a maior feita pelo grupo em toda a sua história, começando com shows pela América do Norte, com vinte e oito datas entre os meses de novembro e dezembro de 1973, e mais vinte e oito datas entre janeiro e abril de 1974. A perna europeia começou com quatro noites de abril lotadas no Wembley Empire Pool de Londres, e seguiu durante abril, maio e junho por mais vinte e duas datas entre Inglaterra, Alemanha, Espanha, Áustria, Suíça, Holanda e França. O encerramento ocorreu entre julho e outubro, com um retorno a América do Norte, completando mais dezenove shows.
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O piano subindo (acima);
e girando sobre si mesmo (abaixo)


O palco da turnê era gigantesco, um dos maiores já desenvolvidos por um grupo até então. No centro, atrás da bateria de Palmer, um imensão telão circular estava suspenso sobre o kit do baterista, e nele, eram projetadas imagens dos integrantes da banda e também diferentes versões para a capa de Brain Salad Surgery. Especificamente durante a terceira impressão de "Karn Evil 9", um dos sintetizadores modulados de Emerson surgia no palco, em uma espécie de Hal (famoso computador do filme 2001: Uma Odisseia no Espaço) criado por Emerson, que abria suas asas e emitia vozes computadorizadas em formato pré-gravado, uma grande novidade para a década de 70.


Somente no show que foi o ápice da turnê o palco não pôde ser utilizado em sua totalidade, o que ocorreu na apresentação no festival California Jam 74, sendo o ELP responsável por encerrar o mesmo, e também a origem de todos os conflitos que ocasionaram com o famoso incidente no qual o guitarrista Ritchie Blackmore (Deep Purple) destruiu com uma câmera da Rede de Televisão ABC, que transmitia o festival para todo os Estados Unidos. O grupo tocou para mais de 400 mil pessoas, e esse fato só comprova que na época, o rock progressivo era muito mais valorizado que o hard rock inclusive nos Estados Unidos, e que Emerson, Lake e Palmer estavam vivendo um momento único em suas carreiras.
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O computador com "asas"


"Karn Evil 9" batizou o primeiro álbum ao vivo do grupo, o qual registrou essa turnê ficou registrada no triplo. A frase que abre a segunda parte do primeiro movimento foi responsável por isso, e assim, em 19 de agosto de 1974, era lançado Welcome Back My Friends to the Show That Never Ends ... Ladies and Gentlemen, Emerson, Lake and Palmer, um dos principais álbuns ao vivo do rock progressivo, ao lado de Yessongs - Yes, Seconds Out - Genesis e Playing the Fool - Gentle Giant, além do (não-oficial) Pompeii - Pink Floyd. Neste LP, "Karn Evil 9" tem destaque mais que especial, sendo apresentada na íntegra e ocupando todo o último disco (Lados E e F), trazendo um dos melhores solos da carreira de Palmer.


Apesar de ser considerado um dos melhores discos do grupo pelos fãs e pela imprensa, Brain Salad Surgery não obteve o mesmo êxito que seus antecessores nas vendas. No Reino Unido ficou na segunda colocação, enquanto que nos Estados Unidos, chegou na décima sexta posição. Para saber mais sobre o álbum e sua turnê, recomendo esse site, totalmente dedicado ao disco (e do qual é a maioria das fotos aqui postadas).
ELP Are Top
Emerson, Lake e Palmer recebendo premiação por Brain Salad Surgery 


Mais um longo período de férias, e o ELP só voltou em 1977, com o lançamento de Works e Works II. O primeiro, lançado no formato duplo, possuía três lados com solos individuais de cada integrante, e deixou para o quarto lado aquelas que talvez sejam as últimas canções do grupo a serem reconhecidas como Maravilhas Prog: "Pirates" e "Fanfare for the Common Man", porém sem o mesmo impacto que as antecessoras.


A gigantesca turnê que se seguiu, na qual o grupo era acompanhado por uma orquestra, quase levou o grupo à falência, e foi registrada no ao vivo In Concert (1979). Ainda veio o difamado Love Beach em 1978, e o trio encerrou suas atividades durante os anos 80, voltando somete na década de 90 com dois álbuns não merecedores de fazer parte de uma discografia tão bela quanto foi a do trio durante a década de 70 (Black Moon, em 1992; In the Hot Seat , em 1994), mais uma série de álbuns ao vivo. Hoje, o grupo vez por outra aparece com uma série de shows, mostrando Lake totalmente fora de forma e Emerson sobrevivendo de um passado como um verdadeiro dinossauro. Palmer tornasse a exceção, mas é pouco provável que mesmo com seu talento, esses três gigantes conseguirão um dia reatar o sucesso progressivo que os consagrou mundialmente, e principalmente, gerar Maravilhas Prog como "Karn Evil 9".


No próximo mês, começaremos a conhecer as Maravilhas Prog de mais um gigante britânico. Dessa feita, aquele liderado por um ser extraterrestre, que invadiu as casas mundias e abduziu os seres humanos com o nome de Robert Fripp, o qual comandou seus colegas espaciais batizados de King Crimson, em nos trouxe mais quatro Maravilhosas canções progressivas.

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